quinta-feira, 10 de março de 2011

COCO

Ai no passar da Barra eu encontrei / Maria, foi ela quem me ensinou a namorar que eu não sabia. (2x)
Eita lá camaradinha lá se vem tua madrinha / Tão bela, tão bonitinha, quando trouxe pra me dar.
Ai no passar da Barra eu encontrei / Maria, foi ela quem me ensinou a namorar que eu não sabia. (2x)
Eita lá pra meia noite eu me encontrei com um lobisomem / O bicho quase me come, quase morro de lutar
Essa nega é um coco do estambiro, biro, biro / Essa nega é um coco do estambiro, biro, á (2x)
E olha o coco peneiro uê / E olha o coco peneiro uá. (2x)
Roda volante, cata-vento e manivela / Seu Mané carrega a vela bota azeite do manjá
Tenho uma faca, uma pistola e uma ariuna / Quando o cabra se arripuna bola embaixo que nunca.
E olha o coco peneiro uê / E olha o coco peneiro uá. (2x)
A noite está clara, faz noite de lua / Sinhá rendeira vai fazer sua renda na porta da rua.
Olê mulher rendeira, olê mulher renda / Tu me ensina a fazer renda, que eu te ensino a namorar, chorou por mim...
Ela joga o bilro pro lado direito / Para o lado esquerdo pra poder renda
Mas é assim que vive a nossa gente / Sempre a fazer renda lá no Ceará. (2x)
O pescador, tem dois amor / Um bem na terra, outro lá no mar. (2x)
Voa andorinha voa / Voa andorinha pro mar
Voa andorinha voa / Voa andorinha bateu asas pra voar.
Embolada...
Olêlê, roda a moenda / Olêlê, a moeda girou(2x)
Pisa no coco do estambiro biro, biro / Bota a mão no pé do ouvido / E nos do meu amor. (2x)
Eu não vou na tua casa / Porque tem muita ladeira
Tua cachorra me morde / A tua sogra é faladeira
Pisa no coco do estambiro biro, biro / Bota a mão no pé do ouvido/ E nos do meu amor. (2x)
O capim da lagoa o veado comeu / O veado comeu o capim da lagoa. (3x)

SEQUENCIA DE RITMOS

Minha morena chegue pra cá / Pra dançar xote / Se deite em meu cangote e pode cochilar
Vamos dançar xote pessoal? Vamos...
Todo o tempo quanto houver pra mim é pouco / Pra dançar com meu benzinho numa sala de reboco. (2x)
Enquanto o fole vai tocando, vai gemendo / Meu amor já vou dizendo, meus querer pra mim é só
E ninguém nota que estou desconversando / E nosso amor vai aumentando pra que coisa mais mió.
Lá no meu pé de serra / Deixei ficar meu coração
Ai que saudade eu tenho / Eu vou voltar pro meu sertão
No meu roçado eu trabalhava todo dia / Lá no meu rancho tinha tudo que eu queria
Lá se dançava quase toda sexta-feira / Sanfona não parava e tome xote a noite inteira
O xote é bom, de se dançar / A gente gruda na cabocla sem soltar
Um passo lá, e outro cá / Enquanto o fole vai roncando, vai gemendo, vai fungando / Reclamando sem parar
O vento dava sacudiu as cabeleiras / Levantava a saia dela no balanço da peneira
Fechei os olhos e o vento foi soprando / Quando veio o redemoinho sem querer tava espiando.
Vamos dançar o passo da rancheira / Vamos Rosinha vem me alegrar. (2x)
És roseira, rosa, rosinha / És a moreninha com quem vou casar. (2x)
Minha morena meu docinho de coco / Encoste bem seu rosto no meu
Minha morena chegue mais pouco / Quero que fique grudadinha n’eu
Quero sentir com toda a emoção / Como é que bate seu coração
Quero sentir o cheiro da fulo / A quem já entreguei todo o meu amor.
Eu nesse coco não vadeio mais / Apagaram o candeeiro e derramaram o gái. (4x)
Apagaram o candeeiro e derramaram o gái / Coisa boa desse escuro já sei que não sai
Já não tão mais respeitando nem eu que sou pai / Já me deram um beliscão quase a casa cai
Começando desse jeito não sei pra onde vai / Com ela nesse coco não vadeio mas.
Eu nesse coco não vadeio mais / Apagaram o candeeiro e derramaram o gái. (4x)
Apagaram o candeeiro e derramaram o gái.

SEQUENCIA DE XOTES: CAMUZÉ E MARESIA

Estamos aqui de novo fomos todos convidados / Pra essa festa tão bonita, tá todo mundo animado. (2x)
E arrebate camuzé, mas que fulo tão bela / Rosa amarela, meu jardim de flor. (2x)
Santo Antonio casamenteiro tenha pena e tenha dó / Não reserve para mim um cantinho no caritó. (2x)
E arrebate camuzé, mas que fulo tão bela / Rosa amarela, meu jardim de flor. (2x)
Esses rapaizim de hoje quando dança o xerém / Pede a moça em casamento e nem uma cueca tem. (2x)
E arrebate camuzé, mas que fulo tão bela / Rosa amarela, meu jardim de flor. (2x)
A maresia foi pro mar dançar / E todo o povo foi apreciar. (2x)
Olha a fulo, a fulo da maresia. (4x)
A maresia foi se divertir / E o povo todo foi ouvir. (2x)
Olha a fulo, a fulo da maresia. (4x)
A maresia foi se remexer / E  todo o povo quis ir ver. (2x)
Olha a fulo, a fulo da maresia. (4x)

ASA BRANCA

Quando olhei a terra ardendo / Com a fogueira de São João
Eu perguntei, à Deus do céu, ai / Por que tamanha judiação. (2x)
Que braseiro, que fornalha / Nem um pé de plantação
Por falta d’água perdi meu gado / Morreu de sede meu alazão. (2x)
Eu te asseguro, não chores não viu / Eu voltarei viu, meu coração.(2x)
Já faz três noites que pro norte relampeia / E a Asa Branca ouvindo o ronco do trovão
Já bateu asas e voltou pro meu sertão / Ai, ai, eu vou embora vou cuidar da plantação. (2x)

MAZURCA DANÇA MARIQUINHA

Dança, dança Mariquinha / Para o povo apreciar
Essa boa mazurquinha que pra você vou tocar / Ouça meu bem a sanfona tocar.
Fi, fi, ri, fon, fi, fi, ri, fon, / Toca no baixo desse acordeon
Fi, fi, ri, fon, fi, fi, ri, fon, / Que Mazurquinha que compasso bom
Quando pego na sanfona / A turma se levanta e pede uma mazurca
Quando boto a mão no fole / Sei que a turma toda vai ficar maluca
Todo mundo se admira no fraseado que a sanfona diz
Quando acaba a contra dança o povo admirado ainda pede bis.
(Repete toda a música)

DANÇA DA MODA

No Rio está tudo mudado, / Nas noites de São João
Em vez de polca e rancheira o povo só dança, só pede o baião. (2x)
No meio da rua, ainda é balão / Ainda é fogueira
É fogo de pista pois nem toda a vida o povo só dança só pede o baião.
Ai, ai, ai, ai São João / Ai, ai, ai, ai São João
É a dança da moda pois em toda a roda só pede o baião. (2x)
(Repete toda a música)

O BAIÃO VAI

O baião vai, o baião vai, se levantar
Ele é nordestino e não foge sem lutar. (2x)
Onde nasceu o baião / No coração do Agreste
Dominou Norte–Nordeste invadiu toda a nação
Causou a maior sensação nas bandas do estrangeiro
Exportou mais brasileiros / Do que cacau e feijão
Ele é o lamento da alma do meu Sertão
Ai baião, você não pode partir / Ai baião o povo te quer aqui
Para reviver as glórias dos dias teus.
E a voz do povo é a voz de Deus (2x)

MILINDÔ

Olê Milindô, Olê Milindô
Olê Milindô, oi Milindô dindin, dondô. (2x)
No dia que amanheço / Olê Milindô.
Com vontade de ver / Olê Milindô.
Eu corro o mundo em um minuto / Olê Milindô.
Só pra tá perto de você / Olê Milindô.
Olê Milindô, Olê Milindô
Olê Milindô, oi Milindô dindin, dondô. (2x)
Menina da saia preta / Olê Milindô.
Me arresponda quem morreu / Olê Milindô.
Foi teu pai ou tua mãe / Olê Milindô.
Ou foi algum parente seu / Olê Milindô.
Olê Milindô, Olê Milindô
Olê Milindô, oi Milindô dindin, dondô. (2x)

MANEIRO O PAU

Boa noite, boa noite / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Pedimos a sua atenção / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Vem dançar é Vozes da Arte / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Com amor no coração / Maneiro o pau, maneiro o pau. (2x)
Quando eu vim da minha terra / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Minha mãe recomendou / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Meu filho tu não apanhas / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Que seu pai nunca apanhou / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Quem quiser cantar comigo / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Sente na ponta do banco / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Que eu conheço gado bravo / Maneiro o pau, maneiro o pau.
De noite pelo arranco / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Minha mãe recomendou / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Que eu não fosse a Assunção / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Pois eu tenho a venta chata / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Vou servir de mangação / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Do outro lado da Serra / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Da outra banda de lá / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Ronca o porco, geme a onça / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Cachinga o tamanduá / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Vou me embora, vou me embora / Maneiro o pau, maneiro o pau.
segunda-feira que vem / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Quem não me conhece chora / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Quanto mais quem me quer bem / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Vou me embora, vou me embora / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Como eu disse eu sempre vou / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Se eu não for na lancha nova / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Vou lá no rebocador / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Vou me embora, vou me embora / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Pela estrada, os passos meus / Maneiro o pau, maneiro o pau.
Adeus, adeus minha gente / Maneiro o pau, maneiro o pau.
E louvado seja Deus / Maneiro o pau, maneiro o pau.

XAXADO

A mulher tem na face dois brilhantes / Condutores fiéis do seu destino
Quem não amas um sorriso feminino / Desconhece a poesia de Servantes
A bravura dos grandes navegantes / A conquista da procela em furô
Se não fosse a mulher mimosa flor / A história seria mentirosa
Virgulino Ferreira, o Lampião / Bandoleiro das selvas nordestinas
Sem temer a perigos nem ruínas / Foi o rei do cangaço no sertão
Mais um dia sentou no coração / O feitiço atrativo do amor
A mulata da terra do condor / Dominava uma fera perigosa
Mulher nova, bonita e carinhosa / Faz um homem gemer sem sentir dor. (2X)
Quando entro no xaxado / Ai meu Deus eu não paro não
Xaxado é dança macho / Como os cabras de Lampião
Quando entro no xaxado / Ai meu Deus eu não paro não
Xaxa, xaxa, xaxado / Vem lá do Sertão.
Assim era que dançava os cabras de Lampião / Dançando e xaxando nos forrós do Sertão
Entrando numa cidade ao sair do povoado / Dançando a rendeira se dançava o xaxado
Eu que me criei na pisada / Fui dos cangaceiros da pisada
Sempre com sucesso na pisada do Lampião / Olha a pisada do Lampião.
Eita, eita, mulher macho sim senhor. (2x)
Paraíba masculina mulher macho sim senhor. (2x)

COLHEITA

Bate e enxada no chão / Limpa o pé de algodão
Pois pra vencer a batalha / É preciso ser forte, robusto, valente ou nascer no sertão.
Eu tava na peneira, eu tava peneirando
Eu tava no namoro, eu tava namorando. (2x)
Oi tum, tum, tum, tum / Joga as ancas pra frente e prá trás
Tum, tum, tum, tum / Finca a mão no pilão e bate mais. (2x)
Mas quando chega o tempo rico da colheita /  trabalhador vendo a fortuna se deleita
Chama a família e sai pelo roçado vai / Dançando alegre ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai (2x)
Sacoleja, sacoleja, sacoleja peneirou xerém. (2x)
Oi, pisa no pilão tum, oi pisa no pilão tá. (2x)
Pisa no pilão e vem trás o milho e o xerém pra fazer fubá.
Oi tum, tum, tum, tum / Joga as ancas pra frente e prá trás
Tum, tum, tum, tum / Finca a mão no pilão e bate mais. (2x)
O vento dava sacudiu as cabeleiras / Levantava a saia dela no balanço da peneira
Fechei os olhos e o vento foi soprando / Quando veio o redemoinho sem querer tava espiando.
Eu tava na peneira, eu tava peneirando
Eu tava no namoro, eu tava namorando. (2x)
O sertanejo festeja, o sertanejo festeja / A grande festa do milho, a grande festa do milho,
Alegre está a mamãe, alegre está a mamãe / Por ver voltar o seu filho, por ver voltar o seu filho.
Trás o caçoar de mandioca / Reúne os homens e também a mulherada
Raspa, raspa, raspa mandioca / Raspa direito pra fazer a farinhada. (2x)
No meu tempo de menino lá prás banda do sertão / Eu gostava de espiar as garotas no pilão
Sacudindo a formosura / Dando socos com muque.
Duas negas no meio do sol / Batendo caçula tem muito que ver. (4x)

CARIMBÓ

Introdução...
Eu fui no mato morena, eu fui tirar cipó / Muito longe ouvi um batuque parecia um Carimbó. (2x)
Eu vou de banda, de banda, de banda eu vou de lado, de lado, de lado eu fiquei só /  Dançando no mato o Carimbó. (2x)
Dona Maria que dança é essa que a gente dança só / Dona Maria que dança é essa é o Carimbó, é o Carimbó. (2x)
Braço pra cima, braço pra baixo / Agora eu já sei como é que é
Só falta bater as mãos, batendo também com os pés. (2x)
Maçariquinho na beira do Igarapé, na enchente da maré vai fazendo pereré. (2X)
Pereré, pereré, pereré na enchente  da maré. (2x)
Oi lava, lava, lavadeira, quem te ensinou a lavar? (2x)
Foi, foi, foi, / Foi peixinho do mar. (4x)

XOTE BRAGANTINO (LETRA)

Introdução....
Eu queria o teu amor moreninha / Com seu jeito tão bonito de dançar.
Eu queria que tu fosses só minha / E viver pra te amar. (2x)
Requebra bem moreninha / Juntinhos vamos dançar
Requebra e dança / Esse xote do Pará. (2x)
Sapateia direitinho morena / Se remexe e se requebra meu bem
Bate o pé no terreiro sem pena / Pra mostrar que me quer bem. (2x)
Requebra bem moreninha / Juntinhos vamos dançar
Requebra e dança / Esse xote do Pará. (2x)
Introdução...
Vem dançar com alegria moreninha / Vem brincar e cem rolar com par.
Vem sorrir com amor moreninha / Numa noite de luar.
Requebra bem moreninha / Juntinhos vamos dançar
Requebra e dança / Esse xote do Pará. (2x)

COCO

Nasceu das cantigas de trabalho, ritmadas pelas batidas das pedras quebrando frutos pelos reduzidos contigente de negros nos engenhos existentes no Ceará, posteriormente transformou-se em dança. Existem vários tipos e formas de coco existentes no estado do Ceará.
O nosso quadro mostra um pouco do “Coco do Sertão”, contando com a participação de homens e mulheres numa forma rítmica, altamente contagiante e sensual. Também mostramos o “Coco de Praia” do qual só participam homens. Não poderíamos esquecer de mostrar o amor que o pescador tem por sua amada e pelo mar bravio, do qual tira o seu sustento, e prestamos também uma homenagem a nossa rendeira do Ceará a “Artesã” e ao extinto pássaro também conhecido por  “Maria Rendeira”.

SEQUENCIA DE RITMOS

Sentindo a necessidade de pôr letras em suas músicas, Luiz procurou Lauro Maia, que não aceitou, pois gostava de compor letra e música, indicando o seu cunhado, o advogado cearense nascido em 1915, em Iguatú, Dr. Humberto Teixeira. Eles se conheceram em 1945 e em apenas 10 minutos fizeram o xote “No meu pé de Serra”, que só seria gravado no ano seguinte em novembro de 1946.
Costumes, melodias e ritmos, Vozes da Arte mostra agora para vocês, além de No Meu Pé de Serra, algumas composições de Luiz Gonzaga e de alguns de seus parceiros como Zé Dantas, Zé Marculino e o próprio Humberto Teixeira.

ASA BRANCA

Março de 1947, Luiz grava um 78 rotações, do lado A, a marchinha “Vou pra Roça”  dele e de Zé Ferreira e do lado B, “Asa Branca” de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, gravada sem muitas expectativas pois achavam que seria só mais uma, pois sim, além de se tornar o hino do nordeste em forma de lamento, foi gravada só mais de 190 vezes, por artistas nacionais e internacionais, possibilitando a 1ª participação de Gonzaga no cinema com o filme “Esse Mundo é um Pandeiro” de Wathson Macedo e em 1950 complementaria com seu parceiro Zé Dantas com “A Volta da Asa Branca”.
“Assum preto, Asa Branca e Dr. Humberto no céu, Zé Dantas que alma franca ajuda-nos a tira o véu da poeira da história pra narrar a trajetória deste artista do povo, caboclo forte e feliz, um gênio como Luiz jamais nascerá de novo”.

MANEIRO O PAU

                        É uma dança muito popular no Cariri, ligado ao ciclo do cangaço. É composto exclusivamente por homens que com cacetes de jucá na mão, lembram os cabras de engenhos, uma espécie de guarda costa. Golpeiam-se uns aos outros de forma simulada e a batida dos cacetes de jucá sustentam o ritmo da dança e do canto.

MILINDÔ

Dança de roda do gênero coco, dançado quase exclusivamente por mulheres, foi introduzida no Ceará por uma família alagoana Romeiros de Pe. Cícero, se localizou na Serra do Araripe.

SEQUENCIA DE BAIÕES

DANÇA DA MODA


                                      O Baião ou Baiano é uma dança brasileira do século XIX e sua origem é discutível, era executada pelo povo, e nos salões em acontecimentos sociais teve seu grande fluxo por volta de 1950. Em 1946, o Baião era revelado ao Brasil e ao mundo, justamente pela música intitulada “Baião” de autoria do pernambucano Luiz Gonzaga e do advogado cearense nascido em Iguatú Dr. Humberto Teixeira. Sambas, marchinhas, choros e outros produtos do Centro Cultural do Brasil, o Rio de Janeiro, dominava o mercado musical do país, mas o sucesso de Luiz Gonzaga com o ritmo binário do Baião foi tão grande que ele colocou o nordeste no mapa da MPB, e a partir de então o Baião deixou de ser um ritmo divulgado apenas no sertão nordestino, obtendo sucesso espantoso, que fez com que Luiz Gonzaga se tornasse o Rei do Baião. E ele foi além das fronteiras e passou a ser conhecido mundo à fora, e alcançou até mesmo cinemas americanos e desabrochou na Europa, com Ester de Abreu que fazia em Portugal o Baião ter sua cadência de ponta. E em 1950, nos Estados Unidos, Carmem Miranda grava “Carron Papá” Baião cantando aos quatro versos:
“Eu vou mostrar pra vocês,
Como se dança o Baião,
E quem quiser aprender,
Faz favor prestar atenção.”
O BAIÃO VAI

                     “Nos clubes e nas boates já nem me deixam mais entrar, só se curte Rock, Twist, Bolero e o Tcha-tcha-tcha, se eu tô sabendo disso é melhor me arretirá”. No final dos anos 50, o Baião entra numa fase de declínio, com a chegada da Bossa Nova e do Rock in holl, a classe média e as elites deixam o ritmo de lado sepultando assim o Baião.

“Pra onde tu vai Baião?
Eu vou sair por aí.
Mas por quê Baião?
Ninguém me quer mais aqui”.

                       Março de 1972, o auge da ditadura, Caetano e Gil voltando de um longo exílio em Londres, disseram publicamente que o Baião, através de Gonzaga era considerado um dos maiores gêneros musicais do país, e que havia chegado a hora de mostrá-lo através do Rei do Baião ao público jovem. E o Baião, na voz de Luiz Gonzaga, retorna aos palcos encantando e alegrando multidões.


XAXADO

Cangaço, palavra derivada de “Canga”, uma peça de madeira utilizada para prender os bois aos carros ou arado, simbolizando a servidão dos escravos aos seus donos. No Brasil, o Cangaço durou 70 anos, foi de 1870 à 1940, e concentrou-se no nordeste. Lampião foi o maior cangaceiro do Brasil, recebeu esse apelido por gabar-se de sua espingarda que não deixava de fazer clarão nas batalhas. Em 1929, conheceu Maria Bonita, que abandonou seu marido para acompanhá-lo. E em 1938, em Angicos lá prás bandas de Sergipe, foi surpreendido em uma emboscada, juntamente com Maria Bonita e alguns de seus companheiros, tiveram seus corpos mutilados e suas cabeças ficaram expostas por quase 30 anos em Salvador, no museu de Nina Rodrigues.

MAZURCA: DANÇA MARIQUINHA

                    O rei ao chegar à Rádio TAMOYO, do qual era contratado por 600 mil réis como sanfoneiro viu o seguinte aviso: LUIZ GONZAGA ESTÁ TERMINANTEMENTE PROIBIDO DE CANTAR, pois diziam que o rei tinha voz de Taboca rachada, e foi então tentar a sorte na RCA VICTOR, mas Luiz Gonzaga era admitido apenas como sanfoneiro e nunca como cantor, foi aí que Helisberto Martins, amigo e diretor da gravadora ODEON anuncia que queria Gonzaga como cantor, foi aí que Victor Latero diretor da RCA VICTOR, do qual Gonzaga tinha contrato pergunta “O que você tem aí para gravar?” Gonzaga contou com a participação de 25 discos e em abril de 1945 realiza seu sonho, grava de sua autoria e Miguel Lima a Mazurca Dança Mariquinha.

COLHEITA

                                   A seca é a época mais terrível do nordeste, um dia inesperadamente o céu amanhece pesado e escuro, estrondasse o trovão majestosamente e a chuva cai sob o açoito do vento, as águas caem cautelosamente, correm rapidamente enchendo rios e riachos, a terra ressurge de suas próprias cinzas, o sertão reflorido muda a fisionomia, fica verde, lindo, novo e forte. E é nessa época que começam os festejos da Colheita Agrícola, pois quando o sertanejo festeja a cheia, ele está festejando o começo de uma nova temporada, a temporada de novas esperanças, de felicidades, de fé e de força para continuar sua trajetória nessa vida de meu Deus

PAU DE FITAS

                    O Pau de Fitas pode ser considerado uma dança universal, pois se encontra em várias partes do mundo, é a sobrevivência do culto as árvores, divulgada em várias comunidades primitivas, muitos povos dançavam em torno das árvores, o símbolo da fertilidade, decorando-as de mil cores, até que surgiu a idéia de enfeitá-las com fitas coloridas. No Ceará o Pau de Fitas é dançado especialmente no período junino, época  que acontece as festividades, em comemoração a colheita agrícola.

SEQUENCIA DO PARÁ: LUNDUM - CARIMBÓ - XOTE BRAGANTINO

LUNDUN

Dança de origem africana, trazida para o Brasil na época da colonização pelos escravos. No estado do Pará, instalou-se na ilha de Marajó, sofrendo adaptações da região, principalmente na indumentária passando então a se chamar Lundun Marajoara. A dança possui um caráter sensual em que o homem tenta conquistar a mulher para um encontro sexual. Sua característica principal é marcada pelos grandes movimentos ondulares dos quadris, principalmente dos homens, que usam desse artifício, para seduzir sua parceira. Na época os escravos eram obrigados a executar esta dança para satisfazer o desejo de seus senhores

CARIMBÓ

Dança paraense criada pelos índios Tupinambás e incrementada pelo ritmo contagiante do batuque africano. A dança do Carimbó vem da expressão indígena CURIMBÓ, que são dois tambores formados por troncos de árvores escavados por dentro e revestidos em umas das pontas com de pele de animal silvestre, ficando responsável pela parte rítmica da dança. A palavra CARIMBÓ ou CURIMBÓ é derivada da linguagem indígena, cuja expressão CURI significa pau e IMBÓ significa oco ou furado, por tanto pau oco que produz som.

XOTE BRAGANTINO

Dança de origem escocesa, trazida para o Brasil pelos colonizadores, onde sofreu diversas adaptações nas regiões brasileiras. No estado do Pará, a dança foi trazida pelos portugueses e instalada no município de Bragança, sofrendo adaptações pelos escravos e integrando o conjunto folclórico de Marujada. Para o povo bragantino, o xote é motivo de orgulho, pois em uma festa em Bragança, o xote é executado repetidas vezes, valendo dizer a frase: “Festa sem xote não é festa”.

SEQUENCIA DE XOTES: MARESIA E CAMUZÉ

               Xote Maresia, dança de origem Africana, conhecida na região do Cariri, especialmente no Pé de Serra do Farias, hoje é Arajara, município de Barbalha.

Xote Camuzé, da região do Crato, diziam que numa  cidade, existia um homem chamado Zé, que dançava muito bem, e todos queriam dançar como o Zé dançava, daí então surgiu o Xote Camuzé.

MAXIXE

É uma dança brasileira surgida em 1870 no Rio de Janeiro. Algumas pessoas acham que o maxixe foi uma junção de "Habannera" - dança de origem afro-cubana, e da "Polca", outros dizem que é proveniente do "Lundun", também com a Polca.
Era considerada uma dança escandalosa, sendo por isso perseguida pela polícia, igreja, chefes de família e educadores, para ser tocado e dançado em casa de família, trazia o nome de "Tango Brasileiro".

RANCHEIRA SINHÁ MARIQUINHA

                  É uma versão da mazurca argentina e uruguaia. No Brasil, sua difusão se dá após o aparecimento do rádio. A Rancheira é um tipo de "valsa" com o ritmo mais animado e dançante que a própria valsa.

TOREM

               Dança de roda praticada pelos Índios Tremembé, acompanhada por canções que misturam palavras de origem indígenas com palavras em português.
               No centro do círculo, o Pajé conduz o ritual ao som dos maracás.
               Ao longo da dança, os índios consomem o "Mocororó", o suco do caju fermentado.

RETUMBÃO

              Surgiu durante os preparativos para a festividade em homenagem a São Sebastião em 1798, em Bragança. Para a criação dos tambores, essenciais para a marcação rítmica, foram encontrados dois troncos de dimensões diferentes, os escravos adaptaram couro de animais silvestres, devidamente preparados, secados e esticados, em cada uma das extremidades dos troncos deixando, porém, um dos lados livres para o efeito sonoro desejado. Os tambores eram ouvidos de muito longe e segundo a crônica da época, “retumbavam”. Daí porque a primeira dança e mais importante dança da Marujada tem o nome de Retumbão.

VAQUEIRO DE MARAJÓ

A Dança do Vaqueiro de Marajó foi criada utilizando uma música das vaquejadas do Rio Grande do Sul, através de observações dos movimentos corporais dos vaqueiros, na tentativa de laçar o boi, onde os movimentos realizavam um verdadeiro malabarismo para conseguir o feito.
Os vaqueiros de Marajó são caboclos, mestiços de índios e brancos. Usam chapéu de palha de copa redondo e abas largas. Forram a copa com folhas para se proteger do sol e da chuva. Suas roupas são simples. Camisa e calças próprias para o clima quente. Além do chapéu de palha e da calça de cor clara, o que mais se distingue é a camisa. É a camisa que mostra a classe do vaqueiro de Marajó. Ela é bordada. A fazenda é leve, artisticamente trabalhada. Dançada apenas por homens, o  que caracteriza são os sons produzidos pelos tamancos de madeira usados pelos dançarinos e os movimentos com o laço, como se fossem laçar um boi. É uma dança de belíssimo visual e que empolga a todos.